O significado da verbalização do meu nome você confere abaixo:

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

they

- you know, I need someone that saves me...
- saves about what?
- about myself.

where is my mind?

The music, the lights, the people echoed in her mind like a strong drum at 6 a.m. She fled, as she always made, 
she needed to breathe.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Esquizofrênico

- Você já viu uma pessoa com mais de dez anos soprando um dandelion?
- Já..
- Eu acho uma coisa bonita de se fazer.
- Eu acho comum.
- Sabe o que eu gosto, também?
- O quê?
- Quando olham pro que estão bebendo, gosto de ver o olho parecendo fechado pra mim, quando está aberto.
- Hum..
- E eu gosto de..
- Sabe, eu estou tentando ler e não te conheço, então, sei lá, arranja um amigo, liga pra ele e fala essas coisassuuuuper interessantes, ok?

As pessoas no ônibus começaram a olhar espantadas pro garoto que falou quase gritando olhando pro banco vazio ao seu lado.
O menino continuou sua leitura ao lado da menina de olhos tristes e não notou quando ela desapareceu..

Funo

Diga não ao jeitinho brasileiro

Este povo que habita a terra varonil que carrega o nome de uma planta nativa é caracterizado por sua alegria, suas bundas, suas florestas e por seu famoso jeitinho. O famoso furar fila, tirar proveito, obter determinado cargo com uma mãozinha. O que me deixa realmente perplexa é o orgulho que certos energúmenos têm desse ato que, nada mais é, do que forma de corrupção. Exatamente, corrupção, que muito se critica e muito indigna. Obviamente com proporções e situações discrepantes... Mas, por exemplo, o roubo de uma bala e o roubo de 500mil reais são proporções distintas, mas continua sendo roubo. Eu realmente prezo pelo dia que o brasileiro for reconhecido por inteligência (que por enquanto é quase inexistente na maior parte da população), e não pelas mulatas semi-nuas sambando. Podem pensar que sou arcaica e infeliz, mas existem momentos e situações que temos a obrigação de criticar e tentar mudar, nem que seja começando por nós mesmos, afinal se estamos numa merda é porque alguém defecou e defeca em cima de nós o tempo todo (analogias aos pensantes).
Ao invés de darmos jeitinhos, sejamos honestos com os outros e com nós mesmos, esperemos nosso lugar na fila e cheguemos a determinado patamar por competência própria.

SM


Meu favorito.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

blowing dandelions

Há quem me pergunte:
- Qual a graça de assoprar um dente-de-leão?
Eu costumo responder que se você assopra um dente-de-leão no momento certo, no lugar certo e na hora certa, desse, nascem mais mil.
Depois disso há ainda quem indague:
- E qual é a graça de multiplicar dentes-de-leão?
Pra essas pessoas eu faço algumas perguntas, do tipo:
- Você já esteve em um campo de dentes-de-leão? Já sentiu sua perna sendo acariciada por nuvens (porque, sim, errado está quem pensa que nuvens são feitas de algodão, quem pensou isso esqueceu que até o algodão machuca e as nuvens não)? Já se deitou e viu pequenos flocos de neve se levantarem da terra e ao caírem de leve, notou que não era frio que sentia, e sim o carinho, daquelas plantinhas macias no seu rosto relaxado? Você já esteve no céu?

Bem, está aí a graça de assoprar dentes-de-leão.
Agora quando você ver um, observe a direção do vento e se há terra por perto, se tudo estiver ok, assopre.

Quem sabe um dia você também não visita o céu.

Pedacinho de um paraíso (inexistente)

Nothing is gonna change my world

dê britus.

A humanidade é desumana

 Criamos uma sociedade mais livre, e que nos oferece um leque variado de opções em todos os sentidos. É tanta informação, tanta diversidade, tantos caminhos possíveis, que o ser humano se perde por não ter uma idealização concreta de um objetivo que lhe dê sentido. Se isso tem aspectos positivos? É claro que sim. Mas problema é que ainda somos humanos, e dessa forma, ainda sentimos as dores da solidão, do distanciamento, e do individualismo que este tipo de sociedade fabrica.O individuo atual é o individuo das tentativas, mas nunca o individuo das certezas e das concretizações. Hoje ele está aqui, mas amanhã pode ter ido embora, ou pode estar no mesmo lugar mas de forma completamente diferente. Por isso ele experimenta, por que acredita que não precisa estabilizar-se numa situação se ela o torna infeliz, ao mesmo tempo cai na infelicidade de estar sempre buscando uma perfeição inalcansável. Não cabe a mim dizer qual desses individuos é o mais correto, por que penso que talvez isso dependa da própria pessoa. Talvez a experiencia compulsiva e a calmaria sejam duas fases pelas quais algumas pessoas precisam passar. Algumas vivem no eterno ciclo entre essas duas fases. Outras escolhem ou preferem uma delas e pronto. Mas na minha opnião, todos objetivam a calmaria, mas alguns tem medo dela. Medo de que ela saia pela porta e vá embora dizendo que tudo acabou.

Carta de óbito, por fernanda

Não quero ficar na geladeira do necrotério. Quero que me deixem em casa até a hora do funeral. Por favor, alguém pode ficar sentado comigo para o caso de eu me sentir sozinha? Prometo não assustar ninguém.
Quero ser enterrada com um vestido de borboletas, Também quero usar a pulseira de quando era bebê. Não me maquie. Maquiagem fica ridículo em gente morta.
Eu NÃO quero ser cremada. Cremar polui a atmosfera com dioxinas, ácido hidroclorídrico, ácido hidrofluórico, dióxido de enxofre e dióxido de carbono. Além do mais, os crematórios têm aquelas cortinas horrorosas.
Quero um caixão de salgueiro biodegradável e quero ser enterrada em um cemitério-parque.. Quero uma árvore plantada em cima ou perto do meu túmulo. Gostaria que fosse um ipê, como aquele da nossa rua da morada. Quero uma placa de madeira com meu nome. Quero plantas e flores silvestres crescendo em cima do meu túmulo.
Quero que a cerimônia seja simples. Não quero ninguém que não me conhece dizendo nada sobre mim. Quero que as pessoas que eu amo se levantem e falem sobre mim, e mesmo se vocês chorarem, não tem problema. Quero que digam coisas sinceras. Se quiserem, podem dizer que eu era um monstro, dizer como eu dei trabalho a vocês todos. Se conseguirem pensar em alguma coisa legal para dizer, digam também! Escrevam primeiro, porque parece que nos funerais as pessoas muitas vezes se esquecem do que queriam dizer.
Não leiam, sob hipótese nenhuma, aquele poema do Auden. Se ouvirem esse poema de novo, as pessoas podem morrer de tédio (ha, ha), e além disso é triste demais. Peçam para alguém ler o Soneto 12, de Shakespeare. Toquem minhas músicas prediletas, nada muito rock and roll ou agitado, quero serenidade neste momento. O piano de my heart Will go on me lembraria você, mãe.
Quando já tiver passado alguns dias, fique de olho para ver se eu apareço. Talvez eu escreva na condensação do espelho quando você estiver no banho, ou brinque com as folhas da macieira quando estiver no jardim. Talvez eu entre em algum sonho seu.
Vá visitar meu túmulo quando puder, mas não fique se martirizando se não puder ir, ou se mudar de casa e de repente o cemitério ficar longe demais. Lá é lindo no verão (dê uma olhada no site). Pode levar comida para um piquenique e ficar sentado comigo um pouquinho. Eu gostaria disso.
É isso. Amei vocês e continuo.
Sou estranha mesmo, eu sei.